A mordaz aurora corpuscular no seio da discussão elevou ao seu auge o tom dos uivos do locutor que por sua vez se ausentou assim que a sua presença deixou de se sentir... A morte fez o seu trabalho, já nada nem ninguém o poderá ajudar. As palavras estão escritas e os actos executados. Resta aguardar agora pela hora da redenção.

A vida e a morte

Sentia na cara o vento que deslizava fortemente pelas paredes do edifício enquanto ouvia as exclamações da multidão que lá em baixo se juntara.
Decidiu que seria a única saída para os seus problemas. Do alto daquele prédio sabia que os iria resolver.
Ouvem-se as sereias dos carros ao longe a caminho de o tentar salvar. Há muito que já tomara esta decisão, não voltaria atrás.
Abriu o casaco e deixou-se envolver por aquele rodopiante vendaval gelado que lhe aclarou o espírito. Olhou para o alto na vontade de se render às cores das nuvens num final de tarde de Outono. Fechou os olhos. Suspirou profundamente.
Voltou o seu olhar para baixo, sorriu e deixou-se cair no vazio.

Sem comentários:

Enviar um comentário