A mordaz aurora corpuscular no seio da discussão elevou ao seu auge o tom dos uivos do locutor que por sua vez se ausentou assim que a sua presença deixou de se sentir... A morte fez o seu trabalho, já nada nem ninguém o poderá ajudar. As palavras estão escritas e os actos executados. Resta aguardar agora pela hora da redenção.

Descemos a rua em direcção à cave

Descemos a rua em direcção à cave.
Hoje é dia de jogo e vamos estar com o Sr. Glauco. Adoramos estar com ele. Deixamo-nos rir que nem perdidos com as suas piadas. Nem sempre fazem sentido mas ele é mesmo assim.
Entre fumo, álcool, rock dos anos 70 e precedentes, inicia o jogo. 21 ou blackjack, o nome tanto faz, estamos ali mesmo pelo desporto. É a razão para estarmos todos juntos…
Alguns ficam incomodados por estar constantemente a perder mas assim que o Sr. Glauco abre a boca é uma perdição, ninguém diz que não. Histórias do passado, quando miúdos, ou até mesmo recentes que não passam sem serem contadas naquele espaço.
O Sr. Glauco passa a conversa de lado para lado, puxa o sorriso daquele que tem diante. Adora estar connosco, sente-se bem e querido. Não leva nada a mal.
E as vezes que os vizinhos aparecem por causa do barulho? Ou as vezes que ficam com um copo de qualquer coisa? Ou até mesmo na conversa com o Sr. Glauco?
Há quanto tempo nos conhecemos, é difícil de definir, mas terá sido no início dos anos 90, quando jogávamos à bola naquela rua ou nos encontrámos naquela tasca, a beber bagaço a 2$50 por volta das sete da manhã.
Hoje as histórias são outras mas a razão é a mesma, estamos juntos porque estamos bem assim. Somos todos amigos, mesmo que o jogo seja mau para alguns daqui saímos todos a ganhar. E contentes.

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